Em 20/08/2011 Marc Andreessen cunhou a famosa frase "software is eating the world" no seu artigo no Wall Street Journal. Não muito tempo depois disso, no Symposium da Gartner sobre TI em 2013 na Australia, 3 verdades fundamentais emergiam como pilares que definiam o novo mundo digital:
Toda empresa é uma empresa de tecnologia;
Todo orçamento é um orçamento de tecnologia;
Todo líder de negócio é um líder digital.
Apesar dessas afirmações de mais de 10 anos terem se tornado fatos indiscutíveis, ainda temos muitos líderes de negócio que não possuem suficiente letramento tecnológico para ajudá-los no bom processo de tomada de decisão. O propósito deste post é chamar atenção para algumas dessas questões que todo tomador de decisão precisa ter em mente:
Ao substituir pessoas por tecnologia, jamais esqueça do custo de manter a tecnologia atualizada. Muitos planos de substituição são feitos sem considerar esse custo, o que faz com que o ganho esperado não se concretize.
Tecnologia custa caro, e não existe parque tecnológico que sobreviva sem a apropriada manutenção, mas mais importante constante evolução.
Quanto mais diverso for seu parque tecnológico, mais caro será mantê-lo.
Tecnologia mal implementada é até pior do que processo manual, pois você tem o auto-engano da automação, com uma bomba relógio armada. A lista de coisas que podem dar errado é enorme: indisponibilidade, lentidão, vazamento de dados, não ser escalável, alto custo de manutenção pelo uso de anti-padrões de desenvolvimento, redução do tempo de vida útil, e daí vai.
Não existem verdades absolutas sobre melhores tecnologias a serem utilizadas para cada caso, embora existam racionais mais ou menos pacificados na comunidade. Ou seja, no final das contas é subjetivo, e você corre o risco do próximo líder olhar e falar: tá tudo errado.
Tal como um carro, tecnologia envelhece e chega uma hora que a manutenção fica mais cara do que a substituição.
Saber quando a sua tecnologia chegou no seu ponto de inflexão, e portanto morte, é tão importante quanto saber tirar proveito das oportunidades de mercado. Muitas empresas já pararam, pois, esperaram demais para fazer a mudança, e chegou num ponto onde não dava para fazer mais nada novo, só a reconstrução. Entenda: você precisa estar constantemente acompanhando isso.
Tecnologia cresce de forma iterativa e incremental, e é muito fácil perdermos a mão, e o nosso código virar algo muito complexo de se dar manutenção, inclusive com consequências imprevisíveis. Como hoje você está garantindo que isso não aconteça?
Se você tem um código antigo e ninguém fazendo refactoring, muito provavelmente você tem uma dívida enorme dentro da sua organização e não está ciente dela.
Débito técnico é como uma dívida, um empréstimo financeiro mesmo, que corre com juros compostos. Ela é feita em nome de um benefício maior imediato, e é necessário que exista um plano de como pagá-la. Diferente de banco, tecnologia não negocia tamanho de dívida, só exponencializa.
Não existe integração simples, todas elas são um inferno, com potencial enorme para dar problemas.
Fazer tecnologia, mesmo com todos os avanços, ainda é algo artesanal.
Será que chegamos no ponto que além dos produteiros, os CEOs também vão precisar codar?
Esqueci de algo?
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